Talita Rhein

Manual simples de como ser um influenciador escolhido pelas marcas

Trabalhar com influenciadores por mais de 3 anos me deu material suficiente para ajudar influenciadores a ganhar mais dinheiro

Introdução

Primeiro, precisamos quebrar alguns paradigmas acerca da profissão influenciador. Ser influenciador não é fácil e muito menos barato. Se você pensa nessa carreira, tem que investir tempo e dinheiro.

Segundo, ser influenciador não necessariamente é um trabalho em tempo integral. Poucos, de verdade, conseguem viver apenas como influenciadores. Não se esqueça que press trip, permuta e brinde não pagam aluguel.

Aqui, eu quero falar mais com os influenciadores que com as marcas. As marcas tendencialmente trabalham com nomes maiores. Quando trabalham com nomes menores, geralmente, confiam em agências.

As agências podem trabalhar de duas formas: com ou sem plataforma. Quando trabalham com plataforma, a ideia é ter uma base de influenciadores com perfil adequado para ação. O problema é que pro mercado de influenciadores, as plataformas ainda não estão 100% confiáveis. Precisamos do filtro humano.

Sem plataforma, o lance é 100% humano e é aí que começa de verdade meu manual.

Essa foto não me pertence! Peguei aqui: https://www.youtube.com/watch?v=W8PblYopRDE

Quão fácil é para você ser encontrado?

Aquele exercício de por seu nome no Google, todo mundo faz, certo? Inclusive quem não é influenciador. Se você quer se distanciar dos blogueiros casuais (guilty) e mostrar que você é um influenciador, tem que acompanhar quase que diariamente sua performance.

Veja quais são os links que aparecem primeiro e verifique se neles é fácil saber seu e-mail ou um telefone de contato. Se tem agente, tem o contato dele fácil? Se não tem, os emails são verificados diariamente? Inclusive a caixa de spam?

Não adianta se fazer relevante com SEO, backlink, follow, colaborações, conteúdos postados diariamente, redes sociais e o caramba se todos caminhos levam pro limbo.

Se você quer ganhar dinheiro, tem que deixar mais fácil ser encontrado. Claro, tem aquele medo de aparecer fã desiludido, gente louca, golpe. Mas filtrar os emails com a palavra “oportunidade” ou “proposta” ajuda a começar a separar o joio do trigo.

Faça uma conta de email “comercial@” pra já deixar claro que você tá pra negócio. Não tenha vergonha de se vender, afinal, você quer ganhar a vida fazendo o que você curte. Se tem vergonha mesmo assim, um “assessoria@” ajuda.

Quão relevante é o seu conteúdo?

O que existe bastante é gente que tem um conteúdo focado num assunto, mas que “vira a casaca” pro primeiro projeto com outro tema que aparece. Ser flexível é legal, mas pensa que você só é influenciador quando realmente influencia as pessoas.

Muitos perfis compram seguidores e qualquer planner esperto já saca na hora quando os números não batem. Por mais que muita gente só queira volume, o número que mais importa no final é o de gente interagindo, clicando, comentando.

Se você posta uma vez por mês (guilty) e olhe lá, seu engajamento é uma merda, cara. Por mais que você já tenha sido viral antes e tenha uma base bacana, se nem uma mosca passa no seu canal é porque não tem nada rolando.

Sabe por que a Anitta estourou tanto? Porque ela estava em todos os lugares, toda hora. Era música, post, blog, show, vídeo! Ela fez material suficiente para entreter as pessoas por um ano seguido em binge-watching. E ela não parou, ela não pára!

Não adianta postar um vídeo por semana para ser relevante, tem que postar dois, três. Tem gente que posta todos os dias. Eu sei, é muito complicado inventar conteúdo pra tudo isso, mas, como eu disse, ser influenciador não é fácil e nem barato.

Se você não tem como postar mais de um vídeo por semana, poste mais nas redes sociais, poste textos, escreva, faça vlogs, lives, esteja sempre online. Trabalhar com uma produtora e equipe de marketing é só pros grandes, os pequenos tem que ter um bom smartphone e muita criatividade.

Você já viralizou?

A porta de entrada pro mundo influenciador é viralizar algum conteúdo. E com viralizar eu quero dizer que tem gente amando e tem gente odiando o que você faz. É aquele ditado, se ninguém te odeia, então ninguém te ama.

Lidar com o ódio é um exercício e o melhor a se fazer é engajar os comentários positivos e aprender com os negativos. Ninguém é perfeito, mas a internet tem muito troll que só quer um lugar pra destilar ódio.

Todos os nomes que são sucesso agora no YouTube começaram viralizando. Tirando quem era ator global, nenhum canal começa com milhões de seguidores. Esse trabalho de aquisição começa com conteúdos sistematicamente virais.

Para viralizar, você tem que mirar num assunto que pode ou não estar em alta no momento. O mais importante é ser engraçado, ou polêmico, ou sincero, ou taxativo ou tudo junto. Mar tranquilo não faz capitão, queridxs.

Percebendo como a galera se comporta com seus virais, você consegue identificar seu público. Com inteligência, você consegue fazer sempre mais conteúdos voltados para aquela galera.

Viralizar é uma parte importante, pois assim você consegue fãs e visibilidade com as marcas.

Quantos emails para agências e marcas você mandou hoje?

Sem se fazer presente fica difícil de saber que você está lá. Não precisa mandar email todos os dias pros mesmos lugares, mas vai alternando para, uma vez por mês, ter falado com todas marcas e agências que você acha que tenham a ver com seu canal.

Não só isso, mantenha seu mídia kit atualizado. Coloque nele todas as informações relevantes comercialmente (vou falar delas logo mais) e venda seu peixe, mas sem perder a essência do seu conteúdo.

Você interage com seu público?

Muita gente acha que só postar e sair correndo é interagir, mas não é bem assim. Todo bom influenciador tem seu público como melhor amigo. No começo, respondem todo mundo. Depois, com a correria, falam com aqueles mais chegados (geralmente os mais antigos) ou com aqueles que falam coisas relevantes, tanto pro bem quanto pro mal.

A interação ajuda a manter o público satisfeito e o seu engajamento rolando. Novamente, não estou falando de clube de likes que só mandam respostas monossilábicas ou emojis (we can see you). Trocar ideia, perguntar, lembrar de algo que a pessoa falou em outro post. Se soubesse o quanto isso ajuda, fariam mais!

Saiba quais são as informações relevantes comercialmente

Além do básico, como: assuntos mais populares, número de seguidores e alcance; também é preciso falar de dados mais específicos, como: dados demográficos, média de views, média de likes, onde está e quem é seu público.

Tem que ter analytics no blog, no YouTube e nas redes sociais. Também tem que ter informações como assuntos que não falaria, abordagens que não faria e fun facts como, por exemplo, ser alérgico a amendoim.

Ajuda muito enviar valores “tabela” para entregas simples como post ou inserção em vídeo. Ter uma ideia do custo de um influenciador já ajuda muito na hora de incluir a pessoa na ação ou tentar negociar, caso o valor esteja fora da casinha.

Uma conta simples que eu uso para ajudar influenciadores a precificar seu canal é tentar deixar o CPV (custo por visualização) mensal por volta dos 5 centavos. Exemplo: se a sua média é 100 mil views por vídeo no mês, multiplique por 0,05 e chegue no valor de 5 mil para um vídeo.

Caso você tenha custos na produção de seu vídeo, veja se o valor cobriria as despesas. Caso não cubra, inclua no custo o que faltar. Ganhar dinheiro é importante, mas, principalmente no começo, é bom estabelecer parcerias.

Ter noção de quanto seu trabalho vale é bom, mas saber negociar é melhor ainda. Você pode fazer um trabalho que ajude a aumentar a visibilidade do seu canal, então, não ganha em dinheiro, mas ganha em oportunidade.

Se está aberto a isso, deixe bem claro. Assim como se não estiver a fim de trabalhar por um valor menor, por permita ou por parceria, deixe claro também. Lembre-se você é seu produto e você, melhor do que ninguém, sabe dizer o que é adequado ou não.

Aos agentes de influenciadores

Aos agentes eu não posso deixar de pedir algumas coisinhas. São elas:

  • Tenham sempre a apresentação do casting em dia, principalmente delimitando quem é exclusivo e quem não é.
  • Façam uma tabela de preços, pois time is money e as marcas nunca tem tempo.
  • Sempre estejam em dia com o que está rolando no canal dos seus agenciados, se pararam de postar, se estão numa crise, etc. Transparência é tudo!

Por fim…

Esse foi meu primeiro conteúdo sobre esse tema que é, basicamente, o meu trabalho. Minha visão é baseada nas minhas experiências, caso tenha as suas e queira conversar (engajamento é bom!), pode comentar.

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