Talita Rhein

Influenciadores versus algoritmos

Como funcionam os algoritmos nas diferentes plataformas e onde focar o seu conteúdo

Quem está na indústria das mídias sociais já conhece bem as dificuldades de superar os algoritmos das redes. Geralmente, o uso de investimento ajuda a aumentar o alcance. Combinando com um bom conteúdo e uma segmentação otimizada, o engajamento vai ocorrer.

Para as marcas, a combinação ideal é bom conteúdo + segmentação + investimento. Para os influenciadores, o panorama é um pouco diferente. Primeiro, não existe uma verba milionária para criar campanhas de mídia. Também não existe um time com profissionais experientes, data scientists, redatores e gerentes de mídia para encontrar e cativar o público ideal (exceto canais gigantes, que se profissionalizaram a esse ponto).

No começo, timing era tudo

Lá no início das redes sociais, quando tudo era mato e ninguém sabia exatamente o que iria rolar, os posts eram cronológicos. Visto que muita gente acabava “perdendo” conteúdo relevante, o engajamento se tornou a métrica de popularidade e, como funciona no Reddit e em vários fóruns, quanto mais relevante o conteúdo, mais destaque ele ganha.

O negócio começou a dar certo, as marcas estavam amando muito tudo isso. Aí as redes começaram a criar novas regras nos algoritmos, alegando que isso ajudaria os usuários verem menos posts de marcas e mais conteúdos pessoais. A ideia era aquisição e retenção dos usuários.

Com o decorrer dos anos, passamos por diversas configurações e, com isso, os influenciadores foram ganhando espaço e chamando a atenção das marcas. Esse artigo da Forbes fala das mudanças mais recentes no algoritmo do Facebook e do Instagram.

Se um perfil “pessoal” (isso ainda inclui blogueiros/influenciadores) conta com apenas 30% de alcance, uma marca pode ficar nos 10%. As marcas viram uma oportunidade, os influenciadores, um risco.

O risco de que, um dia, influenciadores sejam tratados como marcas pelas redes sociais

Com a profissionalização dos influenciadores, a cada update dos algoritmos fica aquela aquela dúvida se ainda vão tratar blogueiros, youtubers e instagramers como pessoas “normais” ou como produtos de uma marca.

Por enquanto, eles ainda têm mais visibilidade, pois ainda são players que ajudam as redes sociais a conquistarem usuários, os quais compartilham informações valiosas em seus perfis.

Os influenciadores dão movimento às redes sociais.

A decepção com o YouTube

De 2010 para cá, vimos estrelas que são pop stars hoje (como Justin Bieber), controversos ídolos jovens (PewDiePie) e experts em jogos (Jacksepticeye) estrear no YouTube. A plataforma estava fadada a ser a “televisão” do futuro. Até uma atualização no algoritmo mudar tudo.

A atualização veio após marcas começarem a boicotar a plataforma, alegando que seus ads apareciam em vídeos com discurso de ódio e inapropriados para menores.

Pensando em conquistar mais controle do conteúdo monetizável da plataforma, o YouTube mudou os critérios para aceitar canais no YPP, o Youtube Partner Program.

O YPP tirou canais com menos de 4 mil horas de visualização por ano da lista elegível para lucrar com a plataforma, o que deixou muitos pequenos e micro influenciadores bem chateados. Rolou até tiroteio na sede da plataforma de vídeos por conta disso.

Um panorama das redes e como aproveitar-se dos algoritmos

Se para o YouTube os micro influenciadores não importam, para o Instagram e para o Facebook, eles são relevantes. Não porque o Zuckerberg é um cara bacana, mas porque as pessoas, antes de comprar online, procuram opiniões e dão uma olhada nas redes sociais das marcas.

Se você desistiu do YouTube, não desista das outras redes sociais e não deixe de experimentar outras plataformas. Se você acredita na sua mensagem, você pode conseguir conquistar uma base relevante.

Para situar-se nessa selva de números e algoritmos, é preciso entender que:

  • Micro influenciadores podem ser a melhor alternativa para marcas começarem a investir em influencer marketing. Sim, pois eles são ativos em seus grupos, postam com uma boa regularidade e, normalmente, contam com muita credibilidade.
  • Se engajamento é melhor que alcance, o influenciador é o melhor indicado para criar o conteúdo para um post patrocinado em seu perfil. Muitas marcas mandam o conteúdo e a imagem prontos pro influenciador apenas postar. Evite isso! Além de não atrair engajamento, pode dar uma imagem negativa tanto para a marca, quanto para o influenciador.
  • As plataformas sempre vão querer uma fatia do investimento. Por isso, não adianta acreditar que apenas o conteúdo orgânico trará resultados efetivos. Não é isso que nenhuma das plataformas quer. Por isso, muitos influenciadores separam verba para impulsionamento de posts, para poder dar uma garantia mínima de resultados para as marcas e aumentar o alcance do seu conteúdo.

Como se pode perceber, não se trata apenas de talento.

Trabalhar com conteúdo inclui dedicação, estudo, atenção e investimento. Tanto das marcas, quanto dos influenciadores.

Se leu até aqui, muito obrigada! Me envie sugestões, críticas ou comecemos um debate. Vamos fortalecer o mercado e fortalecer a profissionalização dos influenciadores.

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